23 de maio de 2013

Outono quente

Encontrei no computador dos meus pais (que já foi meu) uma pasta cheia de antigos textos escritos por mim. Olha só o que estava perdido...

"Outono quente

Olho para aquela varanda e sinto o vento quente, nós dois numa rede, apenas nós dois, somos tudo o que realmente importa. Falamos sobre o nosso futuro, o quanto queremos estar juntos, ter uma casinha confortável perto do mar, um cachorro e umas crianças para alegrar ainda mais nossas vidas. Falamos de como é engraçado a forma como nos completamos e como é gostosa a sensação de estar bem com quem nos faz bem. A gente ri numa sintonia estúpida e eu quase consigo acreditar que fomos sim feitos um para o outro.
De repente se faz silêncio, as vozes se calam, as gargalhadas também, podemos apenas sentir um ou outro e a trilha sonora que tem a ver com nosso romance está tocando no exato momento em que os olhos se encontram, inevitavelmente o obvio acontece: um beijo bom, que acorda todo o meu corpo, as mãos nos cabelos, as pernas entrelaçadas...
Olho para aquela varanda é outono, mas não tem ninguém ali, não existe rede nem recordações."

Acho cômico e um tanto quanto desastroso histórias e o sentimentalismo do passado ainda me serem úteis hoje em dia.

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