No dia em que uma situação se torna insustentável, por mais
que você adie, por mais que você tente resolver por outros meios, tente
ignorar, tente considerar somente as coisas positivas, não importa o que aconteça,
a situação se tornou insustentável e é inevitável não tomar uma decisão.
Depois da decisão tomada, muitas vezes me sinto como se
tivesse saltado de um abismo, é aquela sensação de estar caindo no
desconhecido, no novo, muitas vezes isso dá medo. Sair da zona de conforto
incomoda e dá trabalho mas depois que você pula não há como voltar. Não dá pra
desfazer palavras, ações e fatos, resta somente seguir em frente.
Fiquei pensando muito nas coisas que aconteceram desde o
início do ano e sei que nada do que aconteceu foi do nada, por puro impulso. Apesar
de saber disso, me senti culpada. Me senti mal por ter “abandonado o navio na
hora do naufrágio”. Pensei mil vezes que talvez se eu tivesse continuado onde
eu estava as coisas mudariam de lugar sozinhas e se organizariam. Pensei como
alguém que estava acostumada a uma rotina de erros sucessivos, pensei em tudo
de novo que eu tive que encarar, o tanto que tive que me reeducar, pensei no
tanto que tive que me policiar pra não pisar em falso e desmoronar (mais
ainda). Pensei em tudo isso e só conseguia me sentir culpada, me sentia
responsável pelo caos que tudo aquilo
tinha se tornado e acabei esquecendo de ver que o caos estava instalado antes
de eu finalmente tomar uma decisão, que o caos foi o motivo da minha decisão.
Nos primeiros dias, ainda com medo, eu conversei com alguns
amigos mas agora não consigo mais falar sobre isso com ninguém a não ser de forma superficial. Aprendi da maneira
mais difícil (brigando com uma amiga) que não é tudo que podemos compartilhar
com quem a gente confia porque nem tudo está no campo de entendimento das
pessoas. Quem está de fora tem uma visão de fora do que está acontecendo
dentro, só quem está realmente dentro sabe como é o inferno e o céu de todo
dia.
Talvez hoje eu poderia ter escutado um “Eu te avisei”, mas
foi pior que isso, foi pior porque eu não precisei de ninguém de fora me
mostrando nada, apontando nada. As experiências da ultima semana confirmaram o
que eu tinha deixado de ver. Não fiz nada a toa. Não cometi nenhum erro ao
deixar pra trás tudo que não encaixava mais. Foi doído confirmar minhas
certezas, confirmar que de hoje em diante as coisas PRECISAM ser diferentes.
Não dá mais pra continuar emergida num conforto que se tornou desconfortável.
Estava na hora de crescer, dar um passo a frente, seguir em
frente mesmo que só. Não se pode estagnar e fingir que a vida não cobra maturidade
da gente, que os anos foram passando e que não somos mais crianças que podem
cometer o mesmo erro várias vezes até aprender o certo um dia. Não há mais
tempo a perder. Ou a gente cresce ou a gente esquece.
“Quem vai, vai. Quem não vai fica!” ♪
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