Esses dias eu fui surpreendida por uma ligação. Era um amigo que várias vezes me deixou chateada por simplesmente sumir, por ter outras prioridades, pela vida dele ter mudado tanto a ponto de eu não conseguir me encaixar bem como antes. Agora ele mora em outro Estado, bem longe daqui e eu nem imaginava que um dia ele pudesse ir pra tão longe assim. Quando ele me ligou fez o que sempre faz quando me procura, falou da vida dele. Me contou os problemas detalhadamente, os projetos, as conquistas, me tratou super bem, foi sincero e o mais importante: demonstrou o quanto confia em mim.
Confesso que eu ficava chateada por ele sumir e só me procurar pra falar da vida dele. Mas depois dessa ligação eu fiquei pensando no quanto eu estava sendo infantil e chata! Sim porque o tempo do qual eu sentia falta e reclamava por não ser mais igual, foi na verdade o tempo que tivemos pra um cativar ao outro, foi a base sólida que construímos para nossa amizade. Cá estamos nós quase 4 anos depois, ele ainda diz que me ama e é incrível a sinceridade com que ele diz isso.
A gente não teve a chance de se despedir antes dele ir embora, e eu fiquei ressentida com isso. Mas passou, passou porque eu percebi que o que temos é muito maior que andar de bicicleta na frente da escola, sair pra comer cachorro quente juntos, é maior que as resenhas, as brincadeiras... O que temos é um laço invisível super forte que nos faz acreditar que se um precisar do outro, mesmo que se passem anos, meses, décadas sem se ver só se falando as vezes, ainda vamos poder confiar um no outro, e confiança é o tipo de coisa que se for perdida nunca mais vai ser igual novamente. Esse meu amigo foi um dos ÚNICOS que nunca me traiu de maneira alguma, logo eu me sinto na obrigação de manter o que temos pelo resto da minha vida.
Obrigada amigo, por causa do seu jeito de lidar comigo eu prendi na prática ver as coisas por outra ótica. Eu te amo e você é muito importante para mim.
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