24 de fevereiro de 2013

Almoço de domingo

Depois de pegar a ultima sessão no cinema, vamos para casa no sábado a noite. Tem muitas estrelas no céu e a noite está um tanto quanto agradável. Você no seu jeans desbotado, se não fosse tão bonito passaria a imagem de alguém um pouco desleixado, e eu no meu vestido fresco, aquele que você me deu no meu aniversário e insiste que eu use com frequência.
Chegamos em casa, tomamos uma ducha, e deitamos pra dormir. Antes do sono chegar conversamos sobre nosso dia, nos beijamos como se fosse o primeiro mês de namoro, o mesmo beijo apaixonado de sempre. desligamos o abajur e enfim dormimos.
O domingo, como de esperar, está quente. O céu não tem uma nuvem e o sol reflete na água da piscina. Enquanto preparo nosso café você liga e confirma com nossos amigos o almoço de mais tarde na nossa casa.
Depois, você  resolve dar banho nosso Labrador bagunceiro, e é meio engraçado como sempre quisemos um Labrador pra nos fazer companhia nos primeiros anos de casamento. Não exitamos nem um pouco em não fugir do clichê. E eu, eu estou na minha parte preferida da casa, depois do nosso quarto, fazendo uma das coisas que mais gosto de fazer: Cozinhar.
Lembro dos domingos da minha adolescência quando eu acordava um pouco mais cedo pra cozinhar pros meus pais. Na época ainda com pouca prática mas com muita boa vontade, eu ia pra cozinha invetar massas, molhos, sobremesas e ficava radiante quando meus pais elogiavam meu trabalho.  Agora, alguns anos depois, eu ainda continuo acordando mais cedo para cozinhar no domingo. Cozinhar na cozinha da minha casa, para o meu marido e de vez em quando para nossos amigos.
Como não poderia ser diferente sinto aquela nostalgia, ligo para minha mãe enquanto a massa da torta repousa e o molho ferve preste a alcançar o ponto. Um sorriso automático aparece no meu rosto quando meu pai atende. Sei que ele também sorriu ao ouvir minha voz. Conversamos um pouco, pergunto se estão se divertindo na viagem, dou risada da piada que ele faz e peço pra falar com minha mãe. Sei o quanto eles esperaram para fazer essa viagem e sei o quanto ela está feliz em curtir um pouco a vida ao lado do homem que ela ama, coisa que fizeram pouco durante a vida toda. Ela me conta sobre as lojas lindas da cidade, sobre a comida do restaurante onde jantaram ontem e diz que me comprou um presente. Digo a ela que estou cozinhando e que vou receber um casal de amigos pro almoço e ela sente do outro lado da linha que estou exatamente onde queria estar. Depois de mais alguns minutos de conversa desligamos o telefone.
Despejo o molho com cuidado sobre a massa, coloco um pouco de queijo e levo ao forno. Hora de gratinar.
Preparo a mousse de manga rapidamente, coloco para gelar. Procuro pelo cachorro e por você, mas não sei que deu banho em quem.
Enquanto você vai tomar um banho eu escolho os pratos, as taças e deixo para que quando terminar o banho, você arrume a mesa enquanto me arrumo para receber nossos amigos.
Algum tempo depois você atende o interfone, eles chegaram radiantes e com muita saudade. Fazia pouco mais de um mês que não nos encontrávamos.
Trouxeram o nosso vinho preferido, o mesmo que tomávamos na época em que eramos namorados e começamos a sair juntos.
Ao sentar na mesa ao seu lado e na presença de pessoas tão queridas  por nós, me sinto invadida por uma paz tremenda, uma alegria por estar viva, por essa ser a minha vida e por você estar nela, como eu sabia que iria ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário