28 de outubro de 2009

Abandono

Ela senti-se sozinha, com frio, frio na alma, no coração, seu corpo congela nas noites em que está só.
O seu cérebro deseja o conforto de braços macios, acolhedores e confiáveis.
Seu coração ainda bate, bate apenas pela esperança de um dia ser recebida novamente por quem de forma tão desumana te desprezou. E quando os batimentos vão se tornando fracos, vão morrendo, a esperança de ser encontrada por um novo alguém que cuide de ti, faz com que o coração volte a bater e aquece o frio constante da alma.
Oh, és tão frágil e delicada, pequena. Como alguém pode não te querer?
Tens um coração puro, capaz de perdoar quem fez de ti um nada, mais uma...
Não és a mais bela, de certo não tens se cuidado, não se alimenta adequadamente, não dorme bem. Mas não é sua culpa, as circunstâncias a levam a isso e você não pode fazer nada, a não ser tentar manter-se viva.
Não vamos culpar cem por cento quem fez isso com você, por mais baixos e inaceitáveis, deve ter tido os próprios motivos, as coisas estavam difíceis para todos.
Tentaram dizer para eles não abandonarem uma criança na rua, com um passado sofrido, um presente triste e perigoso e sem um futuro.
Eles não ouviram.

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