21 de julho de 2009

A quarta estação

Tudo esfriou e a chuva cai impiedosamente. Guarda chuvas, toucas, blusas de frio tomam o lugar de corpos que se expõem ao sol durante todo o ano nas praias quentes.

O inverno me trouxe a quietude de uma tarde, na qual eu saí caminhando pelas ruas molhadas e iluminadas pelo céu cinza, acompanhada por fones de ouvido no volume máximo. Eu pude caminhar e desfrutar do verde extremo das árvores que se destaca na luminosidade do ambiente. As pessoas estavam mais elegantes, mesmo na padaria da esquina. Estava confortável dentro do meu casaco, eu podia sentir prazerosamente o vento frio no meu rosto, fazendo voar os meus cabelos. Eu senti a minha mente ventilar, livre de todo aquele calor, e pessoas suadas me cercando pela rua.

Ao chegar em minha casa, eu pude me deitar num poltrona, ao som de uma música calma, peguei um livro grande com histórias do meu interesse, e fiz uma leitura acompanhada por uma xícara de chocolate quente durante toda a tarde.

Na noite fria, eu me dei conta do quanto eu gosto do inverno. O silencio quebrado pelo vento e pela chuva, a modificação de todo o cenário onde eu vivo, transformado em um ambiente sério e confortável. Roupas bonitas, peles bonitas. O clima é agradável. É frio, fica escuro, eu fico mais a vontade para pensar! Tudo isso é inspirador para qualquer poeta estranho.

As cores das outras estações cegam meus olhos, a agitação perturba minha mente. Me resta a pena a quarta estação para me situar num ambiente que não é meu.

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